Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência. Ou verossimilhança.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Comitê Olímpico Internacional: "Essa Olimpíada vai dar é zica!"
Baia dos porcos (petistas)
De acordo com o relatório do Comitê Olímpico Internacional, o Rio de Janeiro: "Essa Olimpíada vai dar zica!!"
Ao fazer, esse mês, uma visita secreta nas obras para as Olimpíadas de 2016, e perambular pela 'Cidade Maravilhosa', membros do Comitê Olímpico Internacional ficaram pasmos com a precariedade do atendimento hospitalar na cidade e assustadíssimos com o surto de zika , dengue e febre chichunga.
"Estas epidemias foram erradicadas há séculos nos nossos países! E, se a população está morrendo em paupérrimos leitos hospitalares, como vimos, com o crescimento dessas epidemias, porque os governantes insistem em fazer os Jogos Olímpicos? Por que não salvam sua população, com a fortuna que vão investir, em vez de trazer nosso circo atlético?", disse um deles.
" Grandes patrocinadores estão receosos com medo de que seus caríssimos atletas de ponta contraiam essas doenças medievais! Além da violência absurda, da iminência de terrorismo, já que o Brasil é o único país do planeta que não regulamenta a emissão de vistos e a entrada de imigrantes!", prosseguiu..
O membro do COI não poupou, sequer, os atletas brasileiros:
"As Olimpíadas são uma porqueirada, a Baia da Guanabara é porca e os atletas brasileiros são uma porcaria!"
Após a visita, os membros do COI emitiram um parecer técnico:
[tradução livre]
"BRASIL CONTEMPORÂNEO OU SAMUEL JOHNSON
Uma investigação realizada a pedido da Associated Press pelo instituto Southern California Coastal Water Research Project concluiu que as águas da Baia da Guanabara são “basicamente esgoto puro”. ( http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/07/atletas-podem-contrair-doencas-nas-aguas-olimpicas-do-rio-diz-agencia.html ) A pesquisa teve ampla repercussão mundial, ganhando destaques em prestigiosas publicações como o New York Times, por exemplo. ( http://www.nytimes.com/2015/07/31/sports/olympics/filthy-rio-de-janeiro-water-a-threat-at-2016-olympics.html?_r=0 )
Entre as consequências da divulgação dessa pesquisa houve alguns debates a respeito da conveniência de se transferir as disputas da Baia da Guanabara para algum outro local, onde as águas apresentariam menos riscos aos atletas.
Como tudo no Brasil é politizado, logicamente que uma pesquisa sobre cocô boiando nas águas do nosso balneário não fugiria a regra.
O presidente da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), Marco Aurélio Sá, encontrou interesses escusos por trás da pesquisa já que “potências da modalidade, como Grã-Bretanha, França e Austrália, estão fazendo pressão junto à Isaf para tirar as regatas dos Jogos Olímpicos de dentro da baía, uma região complexa de se velejar devido à mudanças constantes de vento e marés, e que seria favorável aos atletas brasileiros, que conhecem melhor o local.” ( http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2015/04/lars-grael-apoia-provas-da-vela-fora-da-baia-de-guanabara-por-conta-de-lixo.html )
Tudo muito bem, tudo muito bom, pois estaríamos sendo mais uma vez (?) vítimas de um imperialismo multinacional (sic).
Ocorre que para que essa conversa fizesse sentido, não bastaria que as condições de navegação na região fossem adversas, mas também que nossos atletas fossem competitivos na modalidade.
Considerando que internet não é só facebook, mas também um repositório de informações fidedignas, desde que colhidas nos fóruns adequados, resolvi visitar o site da INTERNATIONAL SAILING FEDERATION ( https://members.sailing.org/rankings/fleet/index.php ) e conferir, em fontes primárias, qual a classificação dos velejadores brasileiros no ranking da entidade.
São 07 (sete) categorias, subdivididas em masculinas e femininas, cujo ranking atualizado em 27 de julho de 2015, relaciona entre as 25 (vinte e cinco) primeiras colocações no ranking de cada categoria somente 12 (doze) brasileiros dentro de um conjunto que abrange um total de 300 (trezentos) velejadores. Se reduzirmos o corte para os 10 (dez) primeiros, entre os 120 (cento e vinte) atletas relacionados o Brasil emplaca 03 (três). São eles:
Fernanda Oliveira – 7ª posição – FLEET RACING - WOMEN - 470
Martine Soffiatti Grael – 1ª posição – FLEET RACING - WOMEN - 470
Ricardo Santos – 2ª posição – FLEET RACING - MEN - RS:X
Acrescente a essas informações o fato de que em 04 (quatro) categorias o Brasil não tem nenhum representante entre as 25 primeiras posições do ranking internacional, que o ridículo dessa patriotada se torna ainda mais visível. Como, aliás, visível é a sujeira nas águas dos locais onde se realizarão as provas.
Os atletas brasileiros merecem, sim, que se torça por eles. Mas acreditar que 288 velejadores temem os nossos 12 compatriotas é forçar um pouquinho a barra.
E o que o grande Samuel Johnson tem a ver com isso?
Bem, foi ele quem disse: “O patriotismo é o último refúgio do canalha” ou para os que acham que sabem inglês, “patriotism is the last refuge of a scoundrel.”
P.S. 1 Não acreditem em nós. Confiram os links do texto.
P.S. 2 Ah, o Lars Grael é a favor da transferência do local das provas. ( http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2015/04/lars-grael-apoia-provas-da-vela-fora-da-baia-de-guanabara-por-conta-de-lixo.html )"
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